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Familiares de adolescente sequestrado em Brás de Pina realizam protesto em delegacia

Familiares do adolescente J. V. A. S., de 16 anos, que foi sequestrado no último domingo (14), promoveram um protesto em frente à 38ª DP (Brás de Pina) nesta quarta-feira (17). Cartazes com apelos por justiça foram exibidos pelos manifestantes. O jovem foi levado por criminosos armados próximo à estação de trem do bairro, na Zona Norte do Rio, e dois suspeitos já foram identificados, de acordo com a polícia.

Em uma entrevista ao DIA, o irmão do adolescente, Marcelo Victor de Oliveira, de 29 anos, explicou que o objetivo do protesto é obter mais informações sobre o caso. “A gente ainda não sabe nada da polícia, estamos aqui tentando mais informações. A gente só sabe que ele foi levado pro Complexo da Penha e estamos tentando conseguir alguma resposta logo. Não vamos desistir, a gente não vai parar enquanto não encontrarmos ele, temos esperança de que ele está vivo”, afirmou.

A costureira Célia Regina de Oliveira, abalada com o desaparecimento do filho, chegou a desmaiar na porta da delegacia. Ela descreveu o adolescente como brincalhão, bobo e carinhoso. “Meu filho chupa chupeta, dorme com a mãe, me ajuda em casa, nunca teve problema na escola, só elogio, todo mundo gosta dele. Não bebe, não fuma, é um menino muito inteligente. Ele tem sonho de entrar no quartel e ser mecânico, ele não pode ver um carro com defeito que quer consertar”, compartilhou.

Segundo Célia Regina, no domingo (14), o jovem estava com os amigos brincando em um valão após o temporal que atingiu o Rio. Ela tinha ido à escola em que ele estuda para pegar um colchão, já que perdeu móveis com a enchente. “Quando eu voltei, meu filho não estava em casa. Um amigo tinha chamado ele para esse festival de pipa, e ele foi soltar em cima da estação. Os amigos viram o que aconteceu e não falaram nada, correram e foram embora. No dia seguinte, comecei a ligar para todo mundo porque fiquei nervosa, para casa das primas, dos tios, mas nada. Fui na casa desse amigo que estava com ele soltando pipa, e ele me disse que meu filho tinha ido para casa. Depois que pressionamos, ele falou o que tinha acontecido”, explicou.

Imagens de câmeras de segurança mostram bandidos armados se aproximando em motocicletas e cercando o adolescente. Em seguida, ele é obrigado a descer as escadas da estação e subir na garupa de um dos veículos usados pelos criminosos. Enquanto um homem dirige, outro sequestrador segura o pescoço da vítima e aponta uma arma na altura de sua cintura.

Célia Regina afirmou que recebeu informações de que o filho está vivo e no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio. No entanto, a Polícia Civil não confirmou esse relato. Segundo a corporação, dois dos quatro criminosos que sequestraram o menino já foram identificados.

Além do adolescente, também foram sequestrados o entregador Wagner Motta Neves, de 33 anos, em 4 de janeiro, e Wagner Santana Vieira, de 36 anos, em 8 do mesmo mês, quando visitava familiares no bairro. No último dia 10, o corpo do segundo foi encontrado por policiais militares às margens de um rio, na localidade do Cantinho da Ponte, na Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A região registrou três sequestros em 10 dias, nas proximidades da favela do Quitungo, e a suspeita é de que o mesmo grupo criminoso da comunidade seja responsável pelos desaparecimentos. O delegado titular, Flávio Rodrigues, destaca que a principal linha de investigação é que as vítimas foram levadas pelos criminosos devido a um acerto de contas entre grupos criminosos, pois moravam ou tinham envolvimento com o tráfico de drogas em favelas dominadas por facções rivais. Contudo, não há confirmação de tal envolvimento com o crime organizado.

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