Entre quarta-feira (17) e quinta-feira (18), dois ônibus foram alvo de incêndios criminosos na cidade do Rio de Janeiro, destacando a crescente preocupação com a segurança pública na região. O primeiro incidente ocorreu em Sepetiba, Zona Oeste, seguido por outro em Coelho Neto, Zona Norte. Vale ressaltar que um desses ônibus foi previamente atingido por um explosivo em setembro do ano passado, enquanto transitava pela Avenida Brasil.
Na noite de quinta-feira (18), um motorista da linha 770, que realiza a rota Campo Grande x Coelho Neto via Mendanha, acabou tomando uma rota alternativa devido a um equívoco de acesso à Zona Norte. Durante o trajeto, o ônibus enfrentou problemas mecânicos, forçando uma parada. Após solicitar assistência à empresa Viação Palmares, o motorista foi surpreendido por um grupo de criminosos que anunciou um assalto. O condutor conseguiu escapar, testemunhando os suspeitos incendiando o veículo por volta das 23h. As chamas foram rapidamente controladas pelo Corpo de Bombeiros.
O motorista registrou o incidente na 39ª DP (Pavuna), sendo posteriormente encaminhado para a 27ª DP (Vicente de Carvalho). A Polícia Civil informou que perícias foram conduzidas, testemunhas depuseram, e a investigação está em andamento.
No caso anterior, ocorrido em 17 de novembro, um ônibus da linha 898 (Campo Grande x Sepetiba) foi incendiado durante um protesto de moradores de Sepetiba, Zona Oeste, devido à falta de energia no bairro. As imagens divulgadas nas redes sociais mostram o veículo consumido pelas chamas, sem causar ferimentos.
O ônibus incendiado em Coelho Neto na noite de quinta-feira (18) foi o mesmo atingido por um artefato explosivo em setembro do ano passado, na Avenida Brasil. Nessa ocasião, três pessoas ficaram feridas. Eduardo Fresnedo Siera Pontes, o mais gravemente atingido, teve complicações de saúde, incluindo embolia pulmonar e trombose, exigindo hospitalização.
O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) repudiou veementemente os ataques, destacando a falta de segurança pública na cidade. Em nota, o sindicato pediu uma ação urgente das autoridades para garantir o direito de ir e vir da população. O sindicato também alertou para a recorrência desses episódios, evidenciando a inação do Estado diante da falta de segurança pública no Rio de Janeiro. Segundo dados do Rio Ônibus, 25 ônibus foram incendiados em 2023, causando um prejuízo de R$ 21,2 milhões e um tempo médio de reposição de 180 dias.