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Chefe da milícia de Curicica foi denunciado por sequestro, extorsão e tortura

Um dos líderes da milícia de Curicica, na Zona Oeste, conhecido como Cara de Ferro, cujo verdadeiro nome é Cláudio César Rocha, foi detido nesta quarta-feira (24), resgatando antecedentes criminais que remontam a 2022, quando o Ministério Público o denunciou por extorsão, sequestro e cárcere privado, roubo majorado e crimes de tortura. Além disso, é suspeito de envolvimento na morte de dois homens no Terreirão, ocorrida em dezembro do ano passado.

Conforme as investigações, Cara de Ferro assumiu a liderança da milícia local após a morte do Playboy da Curicica, que faleceu em um confronto com policiais civis na Maré.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Cara de Ferro participou de um sequestro com o objetivo de extorquir R$ 300 mil de um indivíduo, ocorrido em 25 de novembro de 2021. A vítima foi libertada no dia seguinte, após comprometer-se a pagar um resgate de R$ 100 mil, sofrendo torturas durante o período de cativeiro e tendo um iPhone e um cordão de ouro roubados pelos criminosos.

Apesar da denúncia, Cara de Ferro não foi detido por esses crimes na época. Contudo, em fevereiro de 2022, foi capturado pela 28ª DP (Campinho) enquanto cortava o cabelo em uma barbearia em Jacarepaguá, na Zona Oeste, portando uma pistola e R$ 3,6 mil em espécie.

Quanto às mortes no Terreirão, as vítimas foram identificadas como Lucas de Oliveira Silva, de 25 anos, e Caio Henrique da Silva Souza, de 30. A Polícia Civil investiga uma possível relação entre as execuções e cobranças de taxas de segurança na região.

A prisão de Cara de Ferro ocorreu na saída de uma boate, acompanhado por seu comparsa Andinho. Dois seguranças do grupo miliciano foram mortos durante a troca de tiros com a polícia, identificados como Tarik Luigi Fernandes e Kendel Kelvin Nascimento. Segundo as investigações, Cara de Ferro é apontado como chefe do grupo, enquanto Andinho ocupa a posição de segundo homem na hierarquia.

De acordo com o delegado João Valentim, responsável pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), a dupla planejava expandir seus territórios, e a prisão contribui para acalmar as tensões entre facções na região.

“A prisão é significativa para a Polícia Civil e para a sociedade, desmantelando essa milícia na região. Eles constituem um núcleo dessa organização criminosa, são narcomilicianos que têm ligações com o tráfico de drogas e controlam a área da Curicica e arredores. Tinham planos de invadir outros territórios, e a prisão deles ameniza as hostilidades entre facções”, afirmou o delegado João Valentim.

Durante a operação, foram apreendidos dois fuzis, duas pistolas, centenas de munições de fuzil e pistolas, dezenas de carregadores, duas granadas, entre outros materiais.

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