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Confronto entre criminosos deixa dois mortos em comunidades da Zona Oeste

Moradores da Gardênia Azul e Rio das Pedras viveram momentos de tensão. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Tiroteios provocaram tensão na Gardênia Azul, Rio das Pedras, além de nos Morros do Fubá, Campinho e Praça Seca

Moradores viveram momentos de tensão durante um confronto entre criminosos rivais na Gardênia Azul e no Rio das Pedras, na madrugada desta quinta-feira (25). De acordo com a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), a troca de tiros na Zona Oeste teve início por volta de 0h05 e às 3h08 no Morro do Fubá, na Zona Norte. Há ainda relatos de disparos às 6h13 no Morro do Campinho e na Praça Seca. Pelo menos duas pessoas morreram e outra ficou ferida. O policiamento foi intensificado na região.

A disputa pelo controle de território ocorre há mais de um ano e provoca uma rotina de violência. Segundo relatos, milicianos invadiram a Gardênia Azul que havia sido tomada por traficantes e, além dos tiros, granadas também teriam sido lançadas. Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ouvir o intenso confronto e ver barricadas em chamas. Dois ônibus e uma van também teriam sido incendiados pelos bandidos. Confira abaixo. Em resposta, o Comando Vermelho teria atacado a região do Rio das Pedras.

 

Segundo a Polícia Militar, o 18º BPM (Jacarepaguá) foi até Rio das Pedras para checar denúncias de tiros. Na Avenida Canal do Anil, os policiais encontraram dois homens mortos no chão e um veículo com diversas marcas de tiros. A área foi isolada para perícia e a Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. Ainda na região, os militares localizaram um ferido e os bombeiros o socorreram para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde e a ocorrência foi encaminhada para a 32ª DP (Taquara).

Também na madrugada e no início manhã de hoje, os criminosos rivais se enfrentaram nos Morros do Fubá e Campinho e na Praça Seca. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as Clínicas da Família Barbara Mosley de Souza, no Anil, Helena Besserman Vianna e Otto Alves De Carvalho, além do Centro Municipal de Saúde Jorge Saldanha Bandeira De Mello, em Jacarepaguá, mantêm o atendimento à população, mas suspendeu atividades externas, como as visitas domiciliares.

Ainda de acordo com a SMS, na Zona Norte do Rio, a Clínica da Família Gerson Bergher, no bairro do Campinho, acionou o protocolo de acesso mais seguro e, por segurança dos profissionais e usuários, interrompeu o funcionamento. Já a Clínica da Família Souza Marques, em Madureira, mantém o atendimento à população, mas suspendeu as atividades externas realizadas no território.

Há mais de um ano, as comunidades das zonas Oeste e Norte vivem cenários de guerra por conta da disputa entre criminosos rivais. Sob forte influência de milicianos, as favelas têm sido palco de invasões do Comando Vermelho, que pretende expandir pontos de venda de drogas pelo Rio. Recentemente, integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) se juntaram com os paramilitares para expulsar bandidos da outra facção, que conseguiram invadir partes desses locais.

O Comando Vermelho está disputando o controle dos Morros do Fubá e do Campinho, na Zona Norte, e Muzema, Rio das Pedras, Complexo da Covanca, além da Gardênia Azul, Praça Seca e a Cidade de Deus, na Zona Oeste. Nessas favelas, moradores têm sofrido com constantes confrontos entre os grupos rivais e operações policiais.

Líderes da milícia de Curicica presos

Nesta quarta-feira (24), a Polícia Civil prendeu Cláudio César Rocha, o Cara de Ferro, e Anderson Ferreira de Oliveira, conhecido como Andinho, apontados como chefe e segundo homem na hierarquia da milícia de Curica, na Zona Oeste, respectivamente. Eles foram detidos na saída de uma boate do bairro e dois seguranças deles, Tarik Luigi Fernandes e Kendel Kelvin Nascimento, morreram na troca de tiros com os agentes.

Cara de Ferro substituiu o Playboy da Curicica, morto em confronto com policiais civis em junho do ano passado no Complexo da Maré. Já Andinho é apontado como o braço operacional da milícia de Curicica e respondia somente ao chefe. Segundo as investigações, os presos tinham um forte vínculo com o tráfico de drogas. Rival declarado de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, o grupo pretendia expandir os territórios, já que o miliciano se entregou no fim do ano passado e teve o poder enfraquecido.

Em uma coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, o delegado João Valentim, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) afirmou acreditar que, com as prisões dos dois milicianos, ocorreria enfraquecimento do grupo e da guerra entre os bandos que atuam na Zona Oeste. “Além de enfraquecer a milícia na Zona Oeste, as prisões arrefecem a guerra, o que é muito importante porque outros territórios deixam de ser invadidos e a população deixa de ser vítima disso tudo”, explicou o titular da especializada.

Fonte: O DIA

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