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Mulher denunciada por racismo contra entregador presta depoimento

A mulher acusada de praticar racismo contra o entregador João Eduardo Silva de Jesus, de 18 anos, compareceu para depor na 32ª DP (Taquara) nesta quarta-feira (7). Identificada apenas como Cláudia, residente de um condomínio em Jacarepaguá, na Zona Oeste, ela afirmou não ter tido a intenção de insultar a vítima. Após seu depoimento, os policiais solicitaram imagens e estão agora em busca de testemunhas.

No último domingo (4), o jovem João Eduardo foi até o condomínio para entregar garrafas d’água, mas foi impedido pela mulher de entrar no mesmo elevador que ela. Cláudia alegou que João Eduardo deveria usar o “elevador de serviço”, uma distinção proibida por lei desde julho de 2023. Um vídeo registrado pelo próprio entregador mostra Cláudia bloqueando sua entrada no elevador. O caso foi registrado como injúria por preconceito.

Em uma entrevista ao DIA, João expressou sua consternação com a situação.

“Estava realizando minha última entrega, deixei dois fardos de água e voltei para pegar o restante. Quando tentei entrar no elevador, me deparei com ela me proibindo de subir com ela. Questionei a decisão e comecei a gravar. Ela estava muito exaltada, insistindo que o elevador social era exclusivo dela e que eu deveria usar o de serviço. Fiquei extremamente nervoso na hora e depois muito triste com tudo o que aconteceu, pois existe uma lei que proíbe essa atitude dela, mas mesmo assim ela agiu dessa forma”, explicou.

Outros moradores que testemunharam o incidente solidarizaram-se com o entregador. A historiadora Sharleny Pereira, de 25 anos, presenciou a discussão.

“Ele estava falando de forma calma, enquanto ela gritava. Desde o começo, entendi o que estava acontecendo e me envolvi, dizendo que iria chamar o porteiro. Ela me ordenou que não me intrometesse. O porteiro pediu para ele usar outro elevador para evitar mais conflito”, relatou ao DIA.

Sharleny ajudou João a colocar as garrafas em outro elevador e a concluir a entrega. Segundo ela, Cláudia afirmou que ela não precisava intervir porque não era entregadora. “Respondi que não era entregadora, mas era humana. Ela me insultou, insultou minha mãe que também estava presente. Agimos para defender João, e ela começou a insultar, completamente alterada e preconceituosa”, disse Sharleny.

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