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    Unidos de Padre Miguel se destaca na segunda noite da Série Ouro

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    Unidos de Padre Miguel foi aclamada pelo público da Sapucaí aos gritos de 'é campeã'. Foto: Reginaldo Pimenta / Agência O DIA

    União da Ilha do Governador e Império Serrano também encantaram o público. Sereno, Bangu, e Em Cima da Hora sofreram com evolução, harmonia e alegorias

    A Unidos de Padre Miguel encantou o público da Marquês de Sapucaí e foi o grande destaque da segunda noite de desfiles, neste sábado (10). Com um conjunto visual impactante, a escola despontou na briga pelo título, seguida pela União da Ilha do Governador e da Império Serrano, que também têm chances de disputar a única vaga para o Grupo Especial em 2024. Fechando a passagem da Série Ouro, ainda cruzaram a avenida a Sereno de Campo Grande, Em Cima da Hora, Arranco do Engenho de Dentro, São Clemente e Unidos de Bangu.

    Aclamada pelo público aos gritos de “é campeã”, a Unidos de Padre Miguel se tornou a favorita da segunda noite para conquistar o Grupo Especial. A escola desfilou o enredo “O Redentor do Sertão”, sobre Padre Cícero, esperança, medo e fé do povo nordestino. O conjunto visual da agremiação chamou atenção de quem estava na Sapucaí desde o início do desfile, com a comissão de frente, e manteve o público encantado com as fantasias com apuro estético e acabamento de primeira, além de grandes alegorias ricas em detalhes, bem como o bailado do casal de mestre-sala e porta-bandeira. O som da avenida esteve mais baixo que o normal durante a passagem da vermelha e branca, mas o canto da comunidade, apesar de não ter sido explosivo, não foi afetado.

    Com o enredo “Doume Amora: Crianças para Transformar o Mundo”, a União da Ilha ganhou a atenção do público já com apresentação cheia de significado e representatividade da comissão de frente. A agremiação ainda chamou atenção pelo bailado com coreografias do casal de mestre-sala e porta-bandeira, o samba-enredo cantado fortemente pelos componentes e a bateria que impulsionou ainda mais a escola, junto com o carro de som. As alegorias altas, coloridas e bem iluminadas também foram destaque. Apesar da harmonia e evolução sem complicações, a escola pode sofrer penalizações por conta de problemas na execução dos figurinos de algumas alas.

    Voltando de um rebaixamento em 2023, a Império Serrano apresentou o enredo “Ilú-oba Òyó: a gira dos ancestrais”. A bateria “Sinfônica do Samba” do mestre Vitinho contagiou a escola, que desfilou com componentes emocionados, com canto forte e alegria. O samba-enredo foi o principal destaque da passagem da agremiação de Madureira pela Sapucaí neste ano. Mas, algumas falhas de acabamento nas alegorias podem comprometer a disputa pelo título. Apesar disso, a verde e branca encerrou sua passagem ao amanhecer aos gritos de “é campeão” e com o tradicional arrastão do público.

    Escolas sofrem com evolução, harmonia e alegorias

    A Sereno de Campo Grande abriu a segunda noite com o enredo “4 de Dezembro”, que celebrou a religiosidade católica e afro-brasileira em contato com a cultura popularem Salvador. Os destaques da agremiação ficaram com a parte musical, com canto satisfatório dos componentes e desempenho de qualidade dos cantores e da bateria. Mas, o desfile ficou marcado pelos buracos abertos em vários pontos da pista, por conta da dificuldade de locomoção das alegorias, que eram simples ao extremo. As fantasias também causaram dificuldade na leitura do enredo e a comissão de frente, cheia de elementos e um tripé com ferros aparentes, tornaram a apresentação confusa.

    A Unidos de Bangu apresentou o enredo “Jorge da Capadócia” e, apesar de ter se destacado com uma comissão de frente expressiva e sincronizada, enfrentou diversos problemas ao cruzar a passarela do samba. As alegorias da agremiação eram simples, tinham defeitos de acabamento, como esculturas quebradas e panos rasgados, enquanto as fantasias, que tinham bom uso de cores, eram irregulares no acabamento. Mesmo com o bom trabalho do carro de som, a harmonia foi prejudicada pelo baixo nível de cantor na maior parte do desfile. Já a evolução foi correta em seu ritmo, mas fria na animação dos componentes.

    Já a Em Cima da Hora passou pela Marquês de Sapucaí com o enredo “A Nossa Luta Continua”, em homenagem aos trabalhadores do Brasil, o poder e a luta da classe operária, com uma crítica à precarização e injustiças sociais. O desfile da escola de Cavalcanti, na Zona Norte do Rio, foi marcado pelo ótimo desempenho do carro de som e canto positivo entre os componentes, mas sofreu com a evolução e apresentou falhas no acabamento das alegorias.

    Enredo e fantasias brilham, mas agremiações pecam em execução 

    A Arranco do Engenho de Dentro desfilou o enredo “Nise- reimaginação da loucura”, sobre o tratamento da loucura feito pela psiquiatra Nise da Silveira, através da cultura e arte. A azul e branca chamou atenção pela criatividade, soluções estéticas diferentes e o extremo bom gosto no uso de materiais alternativos para compor seu conjunto visual, em especial nas fantasias. A harmonia também foi destaque, com entrosamento do carro de som e bateria que impulsionram o samba-enredo, fazendo a escola passar leve, espontânea e feliz. A comissão de frente teve problemas de execução e, ao final do desfile, um buraco se abriu em frente ao setor seis, por conta da dificuldade de locomoção de uma alegoria.

    Por fim, a São Clemente levou para o Sambódromo o enredo “Que grande destino reservaram para você!”, contando a história do baluarte Zé Katimba, um dos maiores compositores de samba-enredo do Carnaval carioca e um dos fundadores da Imperatriz Leopoldinense. A agremiação de Botafogo, na Zona Sul, se destacou pelas fantasias, leitura do enredo e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Entretanto, o samba não teve o rendimento esperado e houve problemas em harmonia, evolução e nas alegorias.

    Fonte: O DIA

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