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Grupo Especial: Imperatriz se destaca como a melhor escola da primeira noite de desfiles

Alegoria da Imperatriz Leopoldinense. Foto: Pedro Ivo / Agência O Dia 

Grande Rio, Salgueiro e Beija-Flor também brilharam; Tijuca decepcionou e Porto da Pedra teve problema com alegoria

Atual campeã do Carnaval, a Imperatriz Leopoldinense arrebatou a Sapucaí, sendo a melhor escola da primeira noite de desfiles do Grupo Especial. Amparada pela estética exuberante do carnavalesco Leandro Vieira, a agremiação de Ramos usou e abusou do misticismo, resgatando a história do testamento da cigana Esmeralda, que é baseado numa obra do poeta nordestino Leandro Gomes de Barros. Grande Rio, Salgueiro e Beija-Flor também brilharam. Já a Unidos da Tijuca, homenageando Portugal, não empolgou. A Porto da Pedra abriu a noite, mas teve problemas na última alegoria, o que provocou buracos na pista.

Imperatriz

Um deslumbre. Assim foi o desfile da Imperatriz, que apresentou alegorias grandiosas, além de fantasias luxuosas e de fácil leitura, o que permitiu o bom entendimento da narrativa proposta.

A comissão de frente, comandada por Marcelo Misailidis, representou uma fogueira que trouxe a cigana Esmeralda “flutuando”, com direito a drone guiando uma bola de cristal que “voava” em cima do público das frisas.

A bateria de mestre Lolo e o intérprete Pitty de Menezes abrilhantaram ainda mais a festa. Os componentes também mostraram garra e cantaram o samba a plenos pulmões, esbanjando felicidade. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, também fez bonito.

Unidos da Tijuca

Quinta a desfilar, a Unidos da Tijuca passeou pela história de Portugal, explorando mitos, lendas e símbolos lusitanos. O tema, no entanto, não propiciou uma boa apresentação.

O samba-enredo, que não figurava entre os melhores do ano, não funcionou, deixando o desfile ainda mais morno, apesar dos esforços dos diretores de Harmonia. Faltou, também, entre os componentes a garra habitual da Unidos da Tijuca.

O ponto alto foi a passagem da bateria do mestre Casagrande, considerada uma das melhores do Grupo Especial. Tendo a cantora Lexa como rainha, os ritmistas deram tudo de si, assim como o performático intérprete Ito Melodia.

A noite também foi marcada pela estreia do veterano carnavalesco e pelo retorno da experiente porta-bandeira Lucinha Nobre (ex-Portela), que dançou com o mestre-sala Matheus André.

Grande Rio

Quarta a pisar na Sapucaí, a Grande Rio recontou o mito do povo tupinambá para a criação do mundo, destacando a onça como símbolo de força, determinação e liberdade. O tema foi inspirado do livro “Meu Destino É Ser Onça”, do escritor Alberto Mussa.

Desenvolvido pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, o desfile primou pelo colorido e pelo forte impacto visual. O “casamento” com a iluminação cênica da Sapucaí ajudou a criar um espetáculo ainda mais bonito.

Salgueiro

Com alegorias menores do que em outros anos, o Salgueiro foi a terceira escola a passar pela Avenida. Com enredo sobre o povo Yanomami, a agremiação da Tijuca levantou a Sapucaí com um dos sambas mais elogiados da safra de 2024, mas menos crítico que o esperado. Outro fator negativo foi o desenvolvimento do enredo. Algumas alas tiveram uma comunicação pouco clara com o público.

Durante o “esquenta”, Emerson Dias fez uma homenagem ao puxador Quinho, que faleceu em janeiro, relembrando o clássico “Peguei um Ita no Norte (Explode Coração)”, de 1993.

A bateria Furiosa, dos mestres Guilherme e Gustavo, e da rainha Viviane Araújo, cumpriu o seu papel, levantando a Sapucaí em muitos momentos e garantindo o excelente andamento do samba.

Beija-Flor

A Beija-Flor de Nilópolis foi a segunda a passar pela Avenida e levou alegorias imponentes e bastante coloridas. Em seu primeiro carnaval pela Azul e Branco da Baixada, o carnavalesco João Vitor Araújo assinou o enredo homenagem à cidade de Maceió, através da história de Rás Gonguila, um filho de escravizados que acreditava ser descendente da realeza etíope. Ele fundou um bloco de Carnaval na capital de Alagoas e virou um ícone da cultura local.

A bateria dos mestres Rodney e Plínio deu um verdadeiro show, assim como o casal de MS e PB Claudinho e Selminha Sorriso.

Porto da Pedra

De volta ao Grupo Especial após 12 anos, a Porto da Pedra fez um desfile grandioso em alegorias, mas com diversos problemas técnicos. Além das falhas de acabamento em alguns carros, a agremiação teve graves falhas de evolução, por conta de um problema na última alegoria, o que comprometeu bastante a reta final da apresentação da escola de São Gonçalo. Os componentes tiveram que correr para não estourar o tempo.

O carnavalesco Mauro Quintaes desenvolveu um enredo em homenagem ao livro “Lunário Perpétuo”, escrito pelo espanhol Jerônimo Cortés em 1594. Um verdadeiro almanaque de agricultura, de astrologia, de posicionamentos da lua, a obra influenciou bastante a cultura nordestina, sendo inclusive, o livro mais lido pelo nordeste por dois séculos.

O último carro teve muitas dificuldades para entrar, obrigando os empurradores a retirarem uma parte da “saia” na lateral direita da alegoria. A falha gerou um grande buraco em frente ao setor 3. A atriz Giovanna Cordeiro, sucesso no elenco da novela “Fuzuê”, desfilou como musa e destaque de chão.

Nesta segunda-feira (12), outras seis escolas completam a maratona do Grupo Especial, a partir das 22h: Mocidade, Portela, Vila Isabel, Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Viradouro.

Fonte: O DIA

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