Deputado federal Capitão Augusto enviou ofício ao governador Tarcísio de Freitas e ao prefeito Ricardo Nunes. Foto: Câmara
Fantasia retratando Tropa de Choque da PM como demônios gerou irritação entre parlamentares da bancada da bala
O deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) e a deputada estadual Dani Alonso (PL-SP) enviaram ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), em que defendem uma punição para a escola de samba Vai-Vai. Os parlamentares querem que a agremiação seja impedida de receber recursos públicos tanto da Prefeitura de São Paulo como do estado no próximo ano.
A escola desfilou no sábado, 10, e levou ao Anhembi um enredo em homenagem ao hip-hop. Uma das alas era composta por pessoas fantasiadas de policiais do Batalhão de Choque. Elas usavam chifres e asas vermelho-alaranjadas, fazendo alusão a demônios. As alegorias provocaram protestos da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, a chamada bancada da bala, e de entidade de delegados.
Sanção
“Proponho que a escola de samba Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta irresponsável e ofensiva demonstrada. Tal medida não apenas servirá de punição apropriada, mas também como um claro sinal de que ofensas contra as instituições e profissionais de segurança não serão toleradas em nosso Estado”, diz o ofício encaminhado a Tarcísio e a Nunes
No início da tarde desta terça, 13, o prefeito de São Paulo informou que ainda não havia recebido o ofício, mas que iria analisar o pedido feito pelos parlamentares
Críticas
Parlamentares da bancada da bala da Câmara acusaram a agremiação paulistana de “demonizar” a polícia. “A que ponto chegamos?”, afirmou o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da frente e primeiro-vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa. “Torço para que uma escola de samba que promove esse tipo de absurdo seja rebaixada”, disse o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).
Em nota divulgada nesta segunda, 12, a agremiação declarou que não teve a intenção de promover “qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação”. “É de conhecimento público que os precursores do movimento hip-hop eram marginalizados, sofrendo repressão e sendo presos, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado. O que a escola fez foi inserir os acontecimentos históricos no contexto em que eles ocorreram.”
Foto: O DIA