O funeral de Margareth Xavier Veraldo, de 53 anos, vítima do desabamento de um imóvel na Praça da Bandeira, Zona Norte, ocorreu na manhã desta segunda-feira (4), no Cemitério Jardim de Mesquita, na Baixada Fluminense. Enquanto isso, seu marido, Marco Antônio de Paula Veraldo, também ferido no acidente, encontra-se internado no Hospital Copa D’or, em Copacabana, na Zona Sul, com estado de saúde considerado estável.
O casal estava dentro de seu carro quando o sobrado de dois pavimentos desmoronou, atingindo não apenas seu veículo, mas também outros dois na Rua Barão de Ubá, nas proximidades do número 118. O desabamento ocorreu enquanto eles aguardavam o fechamento do portão automático da vila em que residiam.
Rogério Monteiro Xavier, irmão de Margareth, revelou que o sobrado estava abandonado por anos e recentemente uma obra havia sido iniciada, incluindo a remoção das paredes estruturais. Ele expressou indignação com a negligência, destacando: “Estamos tristes e indignados com a negligência. Contrataram uma mão de obra barata, não fizeram a coisa certa e não tinha estrutura. Se fizesse certo, não teria acontecido essa tragédia. Minha irmã foi a óbito e alguém tem que pagar, não pode acontecer isso e ficar impune”, disse ao DIA.
Parentes e amigos compareceram ao enterro de Margareth, descrevendo-a como uma pessoa trabalhadora, feliz e amiga. Rogério acrescentou: “Minha irmã era uma excelente pessoa, trabalhadora, formou duas filhas, ajudava todo mundo, sempre foi ativa. Meus pais são idosos e ela sempre esteve presente. Estamos destroçados, a gente nunca acha que vai acontecer na nossa família, e quando acontece é uma sensação muito ruim mesmo, triste demais”.
Marco Antônio passou por uma cirurgia delicada que durou cerca de 10 horas no domingo (3). Familiares informaram que a recuperação será lenta, e ele ainda desconhece o destino de sua esposa.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, o desmoronamento parcial do sobrado de dois pavimentos, aparentemente abandonado, foi causado pelo deslocamento do telhado, resultante de intervenções irregulares, como a remoção de paredes. O imóvel foi interditado.
O caso foi registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira). O delegado titular, Sandro Caldeira, mencionou que a perícia foi realizada e os moradores estão sendo ouvidos. Ele explicou: “Quanto ao imóvel, vamos hoje verificar junto ao Registro Geral de Imóveis (RGI) sobre o proprietário, pois segundo moradores, trata-se de imóvel cujo proprietário faleceu sem deixar herdeiros conhecidos. Vamos identificar se tem alguém responsável por esse imóvel ou não. E claro, a partir disso, verificar a responsabilidade de cada um”.