Os advogados de Leandro Machado da Silva e Cezar Daniel Mondego de Souza, detidos sob suspeita de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, se apresentaram à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira (5). Enquanto isso, o suspeito Eduardo Sobreira Moraes permanece foragido.
Conforme as investigações da DHC, Leandro teria coordenado a logística do crime e fornecido o veículo que Cezar e Eduardo utilizaram para monitorar a vítima. No entanto, o advogado de defesa de Leandro, Diogo Macruz, argumentou que seu cliente não estava ciente do propósito pelo qual o carro foi alugado.
“A prisão de Leandro hoje não está relacionada ao caso. Leandro é um intermediário na locação de carros. Essa locação é o que o trouxe aqui, já que, aparentemente, alguém envolvido nesse crime cruel usou um desses veículos. Entretanto, Leandro não tem conexão com o caso, com a morte do colega advogado”, afirmou.
Diogo explicou que Leandro alugava carros para pessoas trabalharem, sendo a maioria destinada ao uso em serviços de aplicativos de transporte.
“É uma locação intermediária. Ele aproveitava a oportunidade para ganhar algum dinheiro alugando esses carros, mas ele não tinha controle sobre as ações das pessoas que alugavam esses veículos. Ele não tinha conhecimento do que aconteceu; ele não está envolvido no crime”, defendeu.
O advogado também contestou o inquérito policial, negando qualquer indício de relação entre seu cliente e Vinícius Pereira Drumond, filho do falecido contraventor Luizinho Drumond, que comandava o jogo do bicho na Zona Leopoldina e supostamente mantinha contato frequente com o dono da locadora.
“Isso não foi confirmado no depoimento, pois não há evidências dessa conexão entre Drumond e meu cliente. Pelo contrário, meu cliente afirmou que não sabe onde ele mora, nunca esteve nos condomínios desta região, caso Drumond resida aqui. Ele não conhece Drumond e não tem relação com o jogo do bicho. Ele é apenas um policial militar e um pai de família”, assegurou.
Quanto a Cezar Daniel Mondego de Souza, supostamente encarregado de monitorar a vítima, seu advogado, Manoel de Jesus Soares, rejeitou essa versão: “Isso é completamente falso. Nem mesmo passou pela cabeça dele. Ele não conhece nenhuma das pessoas mencionadas por vocês”.
No entanto, Manoel admitiu que Cezar conhecia Eduardo: “Eduardo é um conhecido dele. Ele não nega isso. Sua relação com Eduardo é da caserna. Eu não sei. Estou especulando. Não perguntei a ele sobre isso. Ele diz que conhece Eduardo e usou, de fato, um veículo de aplicativo que pertencia a Eduardo, sem mais detalhes”, disse, acrescentando que seu cliente andou com o colega pela área da Lagoa, pois estavam procurando um local para uma celebração envolvendo colegas de farda.
Manoel afirmou que Cezar nega qualquer ligação com a contravenção ou o jogo do bicho e previu uma audiência de custódia para quarta-feira (6).
Relembrando o caso, o advogado Rodrigo Marinho Crespo foi morto a tiros na última segunda-feira (26), próximo ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro do Rio. O assassino, que estava dentro de um veículo e usava uma touca para cobrir o rosto, disparou 12 tiros contra a vítima, chamando-a pelo nome antes de atirar. Segundo a DHC, esse comportamento sugere que o executor queria garantir que estava abordando o alvo correto. Rodrigo foi sepultado no início da tarde de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.