O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) convocou a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU) para o aumento alarmante dos movimentos neonazistas no Brasil. A iniciativa, articulada pelo ministério liderado por Silvio Almeida, busca destacar a escalada do discurso de ódio, especialmente dirigido às mulheres, à população negra e à comunidade LGBTQIAP+.
De acordo com relatórios, a preocupação se intensifica com casos relatados em Santa Catarina, incluindo a identificação de um grupo comercializando artefatos nazistas. Além disso, um estudo conduzido pela falecida antropóloga especializada no tema, Adriana Dias, revelou a presença de 63 células neonazistas em Blumenau, cidade com 365 mil habitantes, enquanto a capital paulista, com 12 milhões de moradores, contabiliza 96 células.
Diante dessa conjuntura, o CNDH planeja uma missão a Santa Catarina, agendada para esta quarta-feira, para ouvir possíveis vítimas, autoridades e especialistas, com visitas previstas a Blumenau e Florianópolis. Após a investigação, um relatório será encaminhado à ONU.
Encontro com a Relatora Especial da ONU
Em encontro realizado nesta segunda-feira, o ministro Silvio Almeida reiterou o compromisso do Brasil com a proteção dos defensores e defensoras de direitos humanos em uma reunião com Mary Lawlor, relatora especial da ONU sobre a situação dos defensores e defensoras de direitos humanos.
Durante a ocasião, Almeida apresentou programas de proteção em vigor no país, incluindo o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH). Ele destacou os desafios enfrentados na execução desses programas, ressaltando a necessidade de diálogo entre a sociedade civil e o Estado para enfrentar as desigualdades sociais no Brasil.