O Hamas anunciou que suspendeu as negociações de cessar-fogo com Israel neste domingo (14). A afirmação foi feita por uma das autoridades do grupo à AFP. A decisão ocorre após um ataque israelense na Faixa de Gaza deixar mais de 90 mortos.
O bombardeio israelense atingiu uma zona considerada humanitária perto de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, no sábado (13). O Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas, afirmou que quase 300 pessoas ficaram feridas.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, o ataque aéreo teve como alvo Mohammed Deif, chefe do braço militar do Hamas e um dos mentores do ataque de 7 de outubro de 2023. O grupo informou que Deif está bem.
Os israelenses declararam que o bombardeio foi realizado em uma “área aberta” onde havia “apenas membros do Hamas e nenhum civil”.
Neste domingo, à AFP, uma das autoridades do Hamas afirmou que o grupo estava se retirando das negociações devido aos “massacres” israelenses e à postura do país nas negociações.
A mesma autoridade relatou que o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, já comunicou a decisão aos mediadores internacionais, justificando que Israel tem faltado com seriedade.
Acordo parecia estar próximo
O cessar-fogo foi aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU em junho. O plano de três fases, apresentado pelo presidente Joe Biden, tinha como objetivo libertar cerca de 120 reféns israelenses detidos pelo Hamas e estabelecer um cessar-fogo inicial de seis semanas.
Embora o Hamas tenha aceitado a proposta elaborada pelos Estados Unidos, o grupo havia sugerido algumas mudanças — como a retirada permanente das tropas de Israel da Faixa de Gaza.
Algumas das sugestões, no entanto, foram vistas pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, como inviáveis.