Deputada federal do PSOL recebeu dezenas de ameaças de morte desde 2016 e nenhuma denúncia foi solucionada
Caetano Veloso, Paula Burlamaqui, Pretinho da Serrinha, Mari Stockler, Julia Lemmertz, Deborah Evelyn, Zélia Duncan e Manno Góes declararam apoio ao movimento “Talíria, estamos com você”, mobilização do coletivo 342Artes, da empresária Paula Lavigne, e organizações da sociedade civil que tratam de direitos humanos e violência política de gênero. Na última quarta-feira (dia 11), a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) se reuniu com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, em Brasília, para cobrar avanço nas investigações das ameças que sofre há oito anos.
“A reunião com a ministra Cármen Lúcia foi muito importante. São muitos os casos de violência no Brasil. Ela se comprometeu de, ao lado do TRE, acompanhar as investigações que correm hoje na Polícia Federal e na Polícia Civil sobre as ameaças que sofri. Ela vai acionar o Ministério Público para que o criminoso seja identificado e responsabilizado. E ganhar o apoio de artistas como Caetano Veloso só reforça que ninguém tolera a violência política de gênero no país”, afirma Talíria Petrone, candidata à Prefeitura de Niterói.
Desde 2016, a parlamentar recebe dezenas de ameaças de morte. Onze delas foram denunciadas e nenhuma investigação foi concluída até o momento. Acompanhada por Paula Lavigne, pela ex-deputada federal Manuela D’Ávila e pela advogada Ivanilda Figueiredo, Talíria Petrone é a congressita mais ameaçada do país pelas redes sociais, segundo levantamento da Universidade Federal Fluminense (UFF).
“Temos de lutar contra qualquer tipo de violência política. Porque, com a violência política, perdemos todos. Perde a democracia e, sobretudo, perdem os eleitores e seu direito soberano de exercício do voto. Essa é a razão de o 342 participar dessa luta, e é com orgulho que vemos o esforço da ministra Cármen Lúcia por essa agenda. Uma luta da qual Talíria Petrone é um dos símbolos”, garante a empresária Paula Lavigne.
Preocupada com a violência contra as mulheres nas eleições, Cármen Lúcia criou o Observatório de Direitos Políticos Fundamentais da Mulher. A iniciativa centraliza o recebimento de denúncias e reflete sobre as violências que as mulheres sofrem para o exercício dos direitos políticos. Para a ministra do STF e presidente do TSE, impedir a mulher de participação eleitoral é um crime inaceitável.