O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a Polícia Civil, por meio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), cumprem, nesta quarta-feira 13 de novembro, oito mandados de busca e apreensão contra investigados por desvio de recursos públicos de programas financiados com a moeda social “Mumbuca”, do município de Maricá. Os alvos, comerciantes de Maricá e pessoas físicas envolvidas diretamente no esquema, são investigados em inquérito que apura os crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
As investigações que culminaram na Operação Escambo apontam para um prejuízo de mais de R$ 64 milhões aos cofres públicos. A pedido do GAECO/MPRJ, os mandados expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa são cumpridos em São Gonçalo, Niterói, Maricá e Tanguá.
De acordo com as investigações, o esquema criminoso consistiria no desvio de recursos do Banco Mumbuca, por meio da criação de contas bancárias fraudulentas, muitas vezes sem o conhecimento dos beneficiários. Posteriormente, os criminosos entrariam em contato com comerciantes locais, oferecendo 10% do valor creditado em suas contas para que realizassem a conversão da moeda social em reais. Em seguida, os valores seriam transferidos para contas bancárias dos fraudadores.
Segundo o GAECO/MPRJ, o esquema criminoso é estruturado em três grupos: prospecção de comerciantes aptos a receberem os valores em moeda social Mumbuca para posterior conversão em reais; comerciantes que participam da fraude, retendo um percentual do valor recebido nas transações envolvendo a moeda social; e pessoas indicadas pelos prospectores para o recebimento dos valores em reais, após os comerciantes realizarem o câmbio Mumbuca-Real.
NOTA OFICIAL DA PREFEITURA
Em nota oficial, a Prefeitura de Maricá reafirmou seu apoio à operação que investiga desvios de recursos em um benefício social destinado a atender as famílias mais vulneráveis, que atualmente beneficia mais de 90 mil pessoas.
“Nenhum funcionário do Banco Mumbuca ou da Prefeitura está envolvido. Os comerciantes identificados como participantes da ação criminosa já foram descredenciados. A Prefeitura e o Banco Mumbuca têm colaborado com as investigações desde o início, estão indignados com esse golpe e esperam que a Justiça puna adequadamente os responsáveis por ações que prejudicam a população da cidade”, declarou a nota.