O prefeito eleito de Maricá, Washington Quaquá, anunciou nesta quarta-feira, 13 de novembro, um conjunto de medidas para reestruturar os programas sociais do município após a descoberta de um esquema criminoso que desviava recursos da moeda social Mumbuca. A fraude foi desbaratada por uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), desencadeada após uma denúncia feita pela própria prefeitura.
Indignado, Quaquá afirmou. “Não é possível admitir desvio de dinheiro público em programa social criado para ajudar quem realmente precisa. Vamos garantir que os recursos cheguem às mãos de quem mais necessita”, disse o prefeito eleito. Entre as medidas anunciadas estão o recadastramento de beneficiários, a extinção do PPT (Programa de Proteção ao Trabalhador), e o redirecionamento dos recursos para fomentar a industrialização e a geração de empregos no município.
Medidas de Reestruturação:
- Recadastramento dos Programas Sociais:
Todos os beneficiários dos programas sociais serão recadastrados. O objetivo é garantir que os recursos sejam ampliados para aqueles que realmente precisam e eliminados para quem não necessita.
- Apoio às Investigações:
A prefeitura irá colaborar ativamente com a 82ª DP para ampliar as investigações sobre o esquema criminoso e garantir a punição dos envolvidos.
- Encerramento do PPT:
Criado para apoiar famílias em situação de vulnerabilidade durante a pandemia, o programa será encerrado. Os recursos serão redirecionados para projetos de industrialização e criação de empregos, promovendo o crescimento econômico da cidade.
A Operação Escambo
Na manhã desta quarta-feira 13/11, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do MPRJ (GAECO/MPRJ) e a Polícia Civil realizaram a Operação Escambo, que cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Maricá, Niterói, São Gonçalo e Tanguá. A investigação revelou um esquema criminoso que causou um prejuízo estimado em mais de R$ 64 milhões aos cofres públicos. O esquema envolvia a criação de contas bancárias fraudulentas, usadas para desviar recursos do Banco Mumbuca, programa social de referência na cidade.
De acordo com o GAECO/MPRJ, o esquema operava por meio de três frentes:
Prospecção: Identificação de comerciantes locais dispostos a participar da fraude.
Comerciantes Fraudadores: Realizavam transações de conversão da moeda Mumbuca em reais, retendo um percentual do valor.
Lavagem de Dinheiro: Transferência dos valores para contas dos fraudadores após a conversão.
Os mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, tiveram como alvos comerciantes e indivíduos diretamente envolvidos no esquema, que agora enfrentam acusações de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.