O presidente Vladimir Putin decidiu não comparecer à Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, apesar de sua relação amistosa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em vez de Putin, o representante da Rússia foi o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. A ausência do líder russo foi motivada por um motivo estratégico: o risco de ser preso em solo brasileiro.
Putin enfrenta um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia, relacionado a acusações de crimes de guerra. Embora a Rússia não reconheça a validade do TPI, o Brasil é signatário do tribunal, o que o obrigaria a cumprir a ordem de prisão caso Putin entrasse no país. O pedido da Ucrânia para que o Brasil prendesse o presidente russo durante o evento aumentou ainda mais a tensão diplomática.
Ecos da guerra na Ucrânia
A guerra entre Rússia e Ucrânia também ecoou durante o G20. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que marcou presença no encontro, autorizou no último domingo (17) o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia para ataques em território russo. Esta foi a primeira vez que os EUA flexibilizaram suas restrições sobre o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), que pode atingir alvos a até 300 km de distância.
A autorização veio logo após um ataque russo no noroeste da Ucrânia que deixou pelo menos sete mortos e prejudicou a infraestrutura elétrica local. Esse movimento de Biden reforça o apoio à Ucrânia em meio à crescente escalada do conflito.
A cúpula e os desafios globais
Enquanto tensões geopolíticas permeavam o evento, os 55 líderes presentes no G20, incluindo Lula, discutiram temas cruciais como fome, mudanças climáticas e governança global. A cúpula buscou firmar compromissos importantes para enfrentar desafios que afetam todo o planeta, mas as disputas internacionais, como a guerra na Ucrânia, foram inevitavelmente um pano de fundo constante nas negociações.