Rogério de Almeida Felício, policial civil investigado pela Operação Tacitus, da Polícia Federal (PF), se entregou nesta segunda-feira (23) às autoridades. O agente, que estava foragido, apresentou-se no Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 6 (Deinter 6), em Santos, e será encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil em São Paulo.
Felício é um dos investigados por suspeita de colaborar com membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Além dele, a operação também envolve o delegado Fábio Baena Martin, os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Ruggieri e Marcelo Bombom, além de Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura. Na última semana, oito deles foram presos.
Os envolvidos são acusados de crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 30 anos de prisão.
Operação Tacitus
Deflagrada com o apoio de 130 policiais federais, a Operação Tacitus teve como foco a capital paulista e os municípios de Ubatuba, Igaratá e Bragança Paulista. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão. O nome “Tacitus” foi escolhido em referência ao termo em latim que significa “silencioso” ou “não dito”, uma alusão à maneira discreta de atuação do grupo criminoso.
A investigação revelou um esquema de vazamento de informações privilegiadas para integrantes do PCC. Esse favorecimento comprometeria investigações e facilitaria ações da facção criminosa. Um dos principais informantes do caso, Vinícius Gritzbach, contribuiu com a denúncia através de uma delação premiada, detalhando o funcionamento do esquema. Gritzbach foi assassinado em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, reforçando a gravidade do caso.
Posicionamento oficial
Em nota, a Polícia Civil afirmou ser uma instituição que segue princípios legais e não compactua com desvios de conduta. A força-tarefa continua apurando o homicídio de Gritzbach e colaborando com as investigações para que os responsáveis pelos crimes sejam punidos conforme a lei.
As corregedorias das polícias Civil e Militar também participam das investigações, garantindo transparência e seriedade no caso.