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    Farinha contaminada com arsênio em bolo resulta em três mortes no RS

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    A Polícia Civil confirmou que a morte de três mulheres em Torres, no Rio Grande do Sul, foi causada por arsênio presente na farinha utilizada para preparar um bolo consumido pelas vítimas.

    De acordo com Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), os exames identificaram níveis de arsênio extremamente elevados no sangue das vítimas. “Para se ter ideia, 35 microgramas já são letais para uma pessoa, e uma das vítimas apresentou uma concentração 350 vezes maior”, explicou Mittman.

    Investigações e Prisão

    Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar o alimento, está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres e responde por triplo homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio contra outros três integrantes da mesma família. A prisão temporária, válida por 10 dias, permitirá a conclusão das investigações.

    Segundo o delegado Marcus Vinícius Veloso, as provas contra a suspeita são consistentes, embora os motivos ainda não tenham sido divulgados. “Ela agiu com dolo. Foi um crime intencional”, afirmou o delegado durante uma coletiva de imprensa.

    As autoridades também investigam como Deise obteve o arsênio, proibido no Brasil para uso como raticida, e em que momento ele foi misturado à farinha.

    As Vítimas e os Sobreviventes

    O incidente aconteceu durante um café da tarde em que sete pessoas estavam reunidas. Três mulheres morreram em poucas horas: Tatiana Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos. As causas foram paradas cardiorrespiratórias e intoxicação alimentar severa.

    Outras pessoas que consumiram o bolo, incluindo uma criança de 10 anos, apresentaram sintomas, mas sobreviveram. A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, também foi hospitalizada, mas está em condição estável.

    Gosto Estranho Alertou os Presentes

    Os familiares notaram um sabor apimentado e desagradável no bolo logo nos primeiros pedaços, levando Zeli a interromper o consumo. “Quando perceberam o gosto estranho, ela tomou a decisão de não deixar mais ninguém comer, mas, infelizmente, algumas pessoas já tinham ingerido o alimento”, relatou o delegado Veloso.

    Sobre o Arsênio

    O arsênio, elemento químico usado na produção de arsênico, é extremamente tóxico. Embora proibido para uso como raticida no Brasil, ele ainda é utilizado de forma controlada para tratamentos contra leucemia. “O arsênio não possui cheiro nem sabor, o que o torna ainda mais perigoso em casos de intoxicação intencional”, explicou o professor André Valle de Bairros, especialista em Toxicologia da UFSM.

    O Caso Continua

    As autoridades seguem investigando o caso para identificar o alvo principal, os motivos do crime e os detalhes sobre a aquisição do veneno. Enquanto isso, a comunidade local está em choque com a tragédia, que revelou os perigos de substâncias altamente tóxicas e o impacto devastador que podem causar.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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