Médicos do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT) reforçam o alerta sobre o aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em períodos de calor intenso. A unidade, que recentemente recebeu um prêmio internacional pela excelência no tratamento da doença, já atendeu mais de 130 pacientes com a terapia trombolítica desde janeiro de 2024, ajudando a reverter ou minimizar sequelas.
O AVC é uma das principais causas de morte no Brasil, tendo registrado 77 mil vítimas em 2023, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil. A eficácia do tratamento depende da rapidez no atendimento, que deve ocorrer em até 4 horas e meia após os primeiros sintomas. No HEAT, os pacientes contam com estrutura completa, resultado de um investimento de R$ 3,2 milhões do Governo do Estado para modernização da unidade e aquisição de equipamentos. Além disso, oito ambulâncias foram doadas para agilizar o socorro, com um aporte de R$ 2,8 milhões.
Reconhecimento internacional
O compromisso com a qualidade no atendimento rendeu ao HEAT o Selo Ouro do Prêmio WSO Angels, colocando-o entre os quatro hospitais do estado do Rio de Janeiro, entre redes pública e privada, a receber essa certificação.
“O Governo do Estado tem investido em novas tecnologias para oferecer um atendimento de excelência e salvar mais vidas. É um orgulho ver o reconhecimento internacional do nosso hospital por um protocolo que garante qualidade de vida às vítimas de AVC, uma das principais causas de morte no país”, destacou o governador Cláudio Castro.
Tratamento que salva vidas
Desde a implementação do protocolo de terapia trombolítica, conduzida pelos médicos Rogério Silveira, Ana Beatriz Soldati e João Augusto Antoniol, a unidade tem registrado avanços significativos. O procedimento consiste na aplicação de uma medicação que dissolve o trombo, restaurando a circulação sanguínea no cérebro e revertendo os sintomas do AVC. Em janeiro deste ano, foram 50 atendimentos utilizando esse método, com uma média de dois protocolos abertos por dia.
De acordo com o Dr. João Augusto Antoniol, reconhecer os sinais do AVC é essencial para garantir um atendimento dentro da janela terapêutica. “A doença pode ser desencadeada por um pico de pressão ou pelo estresse causado pelo calor intenso. Infelizmente, muitos pacientes chegam tarde demais, mas, graças à nossa estrutura, conseguimos salvar vidas e proporcionar recuperação com menos sequelas”, explicou o médico.
Recuperação e acompanhamento
Um dos pacientes beneficiados pelo atendimento especializado foi Edson Pereira, de 61 anos, vítima de um AVC hemorrágico em 15 de janeiro. Ele recebeu os primeiros cuidados no Hospital Estadual Prefeito João Batista Caffaro, em Itaboraí, e foi transferido para o HEAT devido à gravidade do caso.
“Foi um grande susto, eu estava sozinho em casa! Mas o atendimento aqui foi muito rápido, e estou sendo muito bem assistido pela equipe médica e fisioterapeutas”, relatou Edson.
Os especialistas do hospital também reforçam a importância do controle de doenças crônicas e do acompanhamento multidisciplinar para reduzir os riscos de um novo AVC.
Além disso, a equipe do HEAT segue compartilhando conhecimento com outros profissionais de saúde. Em janeiro, os médicos responsáveis pelo protocolo realizaram uma apresentação para detalhar os resultados alcançados e promover um atendimento ainda mais integrado aos pacientes.