A Secretaria de Cultura e das Utopias de Maricá esteve nesta terça-feira (11/02) na aldeia indígena Mata Verde Bonita, em São José do Imbassaí, para discutir os avanços dos 21 projetos culturais aprovados pela Lei Aldir Blanc. Com um montante de R$ 1,6 milhão destinado às iniciativas, a aldeia se destaca como a principal beneficiada pelos editais no estado do Rio de Janeiro. A documentação foi intermediada pelo Instituto Terra do Saber, garantindo a regularização dos projetos junto ao governo federal.
Representando o secretário Sady Bianchin, o assessor especial Luiz Carlos Lima reforçou o compromisso da prefeitura em atender às demandas da comunidade e fortalecer a parceria com as instituições envolvidas.
“Nosso objetivo é ouvir e apoiar as necessidades da aldeia. Os projetos apresentados nos enchem de orgulho, e estamos dispostos a contribuir para que essa colaboração se fortaleça ainda mais”, destacou Luiz Carlos.
Projetos enraizados na cultura indígena
Os projetos aprovados abrangem diversas áreas, como dança, música, artesanato, pintura, fotografia e agricultura ancestral. Segundo Anderson Terra, CEO do Instituto Terra do Saber, a comunidade optou por desenvolver atividades dentro da própria aldeia, incentivando a imersão cultural e a valorização de suas tradições.
“Trabalhamos para profissionalizar os processos, cadastrando os moradores como CNPJ e MEI e definindo as melhores estratégias para a execução dos projetos. O resultado foi uma grande conquista para a aldeia”, explicou Anderson.
Para a cacique Jurema Nunes, a iniciativa vai atrair maior interesse do público pela cultura indígena, impulsionando o turismo comunitário.
“Teremos a oportunidade de apresentar nossa cultura através da dança, da culinária e de outras expressões artísticas. Esperamos receber muitas pessoas que queiram conhecer melhor nossas tradições”, disse Jurema, destacando que os primeiros eventos serão divulgados em breve.
Um novo lar para a aldeia
A comunidade Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’ Aguy Ovy Porã, em tupi-guarani) chegou a Maricá em 2013, após sofrer ameaças de remoção em Camboinhas, Niterói. Depois de avaliarem diversas regiões do município, escolheram um terreno de 93 hectares entre São José do Imbassaí e Itaipuaçu, onde construíram ocas sustentáveis e adotaram soluções ecológicas, como aquecimento solar para os chuveiros.
Desde então, a aldeia tem recebido suporte da prefeitura em diversas frentes. Em 2021, foi uma das primeiras do país a ser vacinada contra a covid-19. Mais recentemente, em 2024, a aldeia Sítio do Céu também garantiu um novo espaço de assentamento ao lado da fazenda pública Joaquín Piñero, no Espraiado, reforçando o compromisso da cidade com a preservação e valorização das culturas indígenas.