Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar um bolo que levou à morte de três pessoas da mesma família, foi encontrada sem vida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul. A principal hipótese investigada pela Polícia Penal é que ela tenha tirado a própria vida.
Segundo informações da corporação, a detenta foi achada sem sinais vitais durante a conferência matinal dos presos.
“Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência, que constatou o óbito. Deise estava sozinha na cela. As circunstâncias serão investigadas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias”, informou a Polícia Penal em nota.
O caso que chocou o país
A tragédia ocorreu na véspera de Natal de 2024, quando um encontro familiar terminou com três mortos e dois hospitalizados após o consumo de um bolo envenenado.
No dia 23 de dezembro, Zeli dos Anjos preparou o bolo para uma confraternização. A perícia apontou que a farinha usada no preparo estava contaminada com arsênio, possivelmente ingerida anteriormente em outro evento que acabou cancelado.
Seis pessoas da família comeram o bolo: Zeli, suas irmãs Neuza e Maida, sua sobrinha Tatiana e seu sobrinho-neto Matheus. Apenas Jefferson, marido de Neuza, não foi hospitalizado.
Horas depois, Neuza e Maida faleceram. Tatiana, Matheus e Zeli foram internados em estado grave. No dia 25 de dezembro, Tatiana não resistiu e morreu.
A perícia encontrou vestígios da substância tóxica no imóvel onde o bolo foi feito. Em 5 de janeiro de 2025, Deise Moura dos Anjos foi presa preventivamente, suspeita de triplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio contra três outras vítimas.
Durante a investigação, a polícia exumou o corpo de Paulo Luiz dos Anjos, cuja morte também foi atribuída a envenenamento por arsênio. Com isso, os investigadores passaram a apurar se Deise tentou envenenar outras pessoas próximas.
A morte da suspeita na prisão agora entra como mais um capítulo desse caso que ganhou repercussão nacional.