Após terem sido realocados para o Centro de Comércio Popular de Maricá (CECOP) durante a gestão do ex-prefeito Fabiano Horta, parte dos camelôs voltou a ocupar as calçadas da Rua Ribeiro de Almeida, no Centro da cidade. O retorno dos ambulantes às ruas tem gerado polêmica entre lojistas, que reclamam da obstrução das fachadas e do impacto na circulação de pedestres.
Embora muitos comerciantes ainda permaneçam no CECOP – especialmente os mais idosos, que aproveitam o espaço climatizado –, a baixa movimentação de clientes no local tem levado alguns ambulantes a retomarem seus antigos pontos nas ruas. O fluxo reduzido de consumidores dentro do CECOP tem sido uma queixa recorrente entre os comerciantes que permanecem no espaço.
Desde o sábado de carnaval, ambulantes começaram a instalar suas barracas em frente às lojas estabelecidas, reacendendo o debate sobre a organização do comércio de rua. Para os lojistas, a presença dos camelôs representa concorrência desleal, já que os ambulantes não arcam com os mesmos custos de impostos e aluguéis.
O atual prefeito Washington Quaquá (PT) já havia discutido a situação com comerciantes do CECOP em dezembro de 2024, quando afirmou que os camelôs poderiam voltar a vender nas ruas. “Lugar de vender não é escondido, lugar de vender é onde passam as pessoas”, declarou Quaquá, gerando reações divididas entre os setores do comércio.
O investimento na construção do CECOP foi elevado, garantindo uma estrutura moderna e adequada para os ambulantes. No entanto, as vendas abaixo do esperado têm levado muitos comerciantes a acumularem dívidas, pressionando por uma reavaliação do modelo de funcionamento do espaço.
A situação será discutida na próxima reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Maricá (CCS), órgão vinculado ao Instituto de Segurança Pública (ISP). O encontro acontecerá na terça-feira, 18 de março, às 17h, na sede da Associação Comercial de Maricá (ACM), localizada ao lado da loja O Boticário e em frente ao banco Itaú. Lojistas e representantes da Secretaria de Postura e Uso do Solo devem participar do debate para avaliar possíveis soluções para o impasse.