Em resposta às novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos, a China afirmou que está pronta para transformar a pressão em uma oportunidade de crescimento. Em editorial publicado neste domingo (6) pelo Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês (PCCh), o país indicou que não teme o impacto das medidas e que o cenário atual pode acelerar avanços estratégicos internos.
“Devemos transformar a pressão em motivação e tratar esse momento como uma chance de acelerar um novo modelo de desenvolvimento”, destacou o texto.
O jornal também citou uma declaração do presidente Xi Jinping, reforçando a resiliência do mercado chinês diante de desafios externos.
“A economia chinesa é um oceano, não um pequeno lago. Tempestades podem abalar um lago, mas não o oceano”, afirmou.
Trump ameaça com novas tarifas
Na segunda-feira (7), o ex-presidente Donald Trump ameaçou impor tarifas adicionais de até 50% caso a China mantenha medidas de retaliação. Ainda assim, o Diário do Povo reconheceu que as sanções terão impacto negativo no curto prazo, especialmente nas exportações.
No entanto, o editorial reforçou que a China tem reduzido a dependência do mercado americano: a participação dos EUA nas exportações chinesas caiu de 19,2% em 2018 para 14,7% em 2024.
“Temos fortalecido nossa base tecnológica e diversificado os mercados. A guerra comercial começou em 2017, e mesmo sob pressão, seguimos avançando”, pontuou.
Estratégia interna e confiança internacional
Segundo o jornal, o país deve investir no fortalecimento do mercado interno, responsável por 75% das receitas das empresas exportadoras, e estimular o consumo doméstico como motor da economia.
Além disso, o editorial destacou que os EUA ainda dependem fortemente de produtos chineses — em várias categorias, essa dependência ultrapassa 50%.
A China também se apoia em sua relação com mais de 150 países, incluindo o Brasil, para fortalecer seu comércio exterior.
“A estabilidade da nossa economia é vista por instituições globais como uma proteção diante da incerteza norte-americana”, concluiu o texto, acrescentando que a China já tem planos preparados para lidar com novas sanções dos EUA.