Embora o infarto seja frequentemente associado a episódios súbitos de dor intensa no peito, os sinais clínicos nem sempre seguem esse padrão. Em muitos casos, os sintomas podem ser discretos e facilmente confundidos com outras condições, o que torna o reconhecimento precoce ainda mais importante.
O infarto agudo do miocárdio ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do coração é interrompido, geralmente devido à obstrução de uma artéria coronária. Essa interrupção impede a oxigenação adequada do músculo cardíaco, provocando a morte celular e, se não tratado a tempo, pode levar a complicações graves ou até à morte.
Como o infarto se manifesta
Os sintomas mais comuns incluem:
-
Dor ou pressão no centro do peito (podendo irradiar para o braço esquerdo, costas, mandíbula ou pescoço);
-
Falta de ar, mesmo em repouso;
-
Náusea ou vômito;
-
Suor frio;
-
Tontura ou episódios de desmaio;
-
Palpitações;
-
Sensação de queimação estomacal ou indigestão;
-
Fadiga extrema, sem causa aparente.
Apesar de a dor torácica ser considerada o sintoma clássico, nem todos os pacientes a apresentam, especialmente mulheres, idosos e diabéticos.
Sinais variam conforme o perfil do paciente
Homens:
-
Dor intensa no peito com irradiação para o braço esquerdo ou ombros;
-
Sudorese e dificuldade respiratória.
Mulheres:
-
Sintomas menos típicos, como dor nas costas, mandíbula ou estômago;
-
Fadiga intensa, náusea e sensação de ansiedade.
Jovens:
-
Apesar de menos frequente, o infarto pode ocorrer, sobretudo em usuários de drogas, indivíduos com alto estresse ou histórico familiar;
-
Desmaios, dor torácica após esforço e palpitações são sinais de alerta.
Idosos:
-
Sinais muitas vezes sutis, como confusão mental, cansaço extremo e fraqueza;
-
A ausência de dor pode atrasar o diagnóstico.
Quando procurar atendimento médico
Dor no peito persistente por mais de cinco minutos, com ou sem outros sintomas, deve ser considerada uma emergência médica. Outros sinais que demandam atenção imediata incluem:
-
Falta de ar repentina;
-
Desmaio;
-
Dor irradiada;
-
Sudorese excessiva e palidez.
Em caso de suspeita, a recomendação é acionar o SAMU pelo número 192 ou dirigir-se imediatamente ao hospital mais próximo. A rapidez no atendimento pode ser decisiva para o desfecho do caso.
Métodos de diagnóstico
O diagnóstico do infarto baseia-se em exames clínicos e laboratoriais, entre eles:
-
Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração e identifica alterações sugestivas de infarto;
-
Exames de sangue: detectam a presença de troponina, proteína liberada em casos de lesão cardíaca;
-
Exames de imagem: como ecocardiograma, raio-X e cateterismo, dependendo da avaliação médica.
Tipos de infarto
-
Com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI): o mais grave, envolve bloqueio total da artéria e requer intervenção urgente. É o tipo que mais se assemelha aos retratados em situações de emergência.
-
Sem supradesnivelamento do segmento ST (NSTEMI): ocorre com obstrução parcial do fluxo sanguíneo. Os sintomas são mais amenos, mas ainda assim, a condição é considerada grave e exige hospitalização.
-
Silencioso: não apresenta sintomas perceptíveis. É comum em idosos, diabéticos e pacientes com doenças neurológicas. Frequentemente diagnosticado apenas em exames de rotina ou após danos cardíacos já instalados.
Prevenção: um compromisso com a saúde cardiovascular
As medidas preventivas são fundamentais para reduzir o risco de infarto. Entre as principais recomendações estão:
-
Manter uma dieta equilibrada, com baixo consumo de sal e gorduras;
-
Praticar atividade física regularmente;
-
Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
-
Gerenciar o estresse por meio de técnicas de relaxamento e lazer;
-
Priorizar um sono de qualidade.
Informação, vigilância e hábitos saudáveis continuam sendo as principais ferramentas de combate a uma das principais causas de mortalidade no país.