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    Natureza precisa ser protagonista dos grandes empreendimentos turísticos no Brasil, afirma David Galipienzo

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    o Brasil, país com uma das maiores biodiversidades do planeta, ainda é raro ver empreendimentos turísticos de grande porte colocarem a natureza no centro de seus projetos. Mas essa lógica precisa mudar — e rápido. Para David Galipienzo, executivo à frente do projeto MARAEY, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a conservação ambiental não pode mais ser vista como um adendo ou uma obrigação, mas como a própria essência do turismo sustentável.

    “Precisamos avançar sempre priorizando os pilares da sustentabilidade. O respeito à natureza é essencial. Em 2010, quando começamos a desenvolver o MARAEY, a sustentabilidade não tinha o status e a demanda social que, felizmente, tem hoje. Essa preocupação com o meio ambiente e esses valores surgiram de forma natural entre os sócios do empreendimento, e foi esse comprometimento que me convenceu a liderar o projeto, trabalhando em prol do que acredito ser uma referência ambiental em desenvolvimento imobiliário sustentável — e que deverá se tornar um exemplo a ser seguido por muitas outras iniciativas”, afirma Galipienzo.

    Formado em Ciências Ambientais na Espanha, Galipienzo está no Brasil desde 2010, ajudando a concretizar essa visão na área do empreendimento, que conta com mais de 840 hectares e 8,5 quilômetros de praia. Desse total, apenas 6,6% será ocupada com edificações, enquanto 81% será conservada com vegetação nativa de Mata Atlântica. Na primeira fase, três resorts de luxo, uma universidade de hotelaria e um Centro de Referência Ambiental deverão ser integrados de forma a valorizar a restinga original da região. Além disso, mais da metade da área será transformada em uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), garantindo sua preservação integral e perpétua para as futuras gerações.

    “Estamos liderando pelo exemplo”, lembra Galipienzo. “MARAEY cumpre com folga a legislação ambiental e, ao longo de um rigoroso processo de licenciamento, demonstrou sua viabilidade. Mas não paramos por aí: seguimos trabalhando e aperfeiçoando seu desempenho sustentável, conquistando importantes certificações ambientais, o que resultou em diversos prêmios internacionais — como o Leadership Award do U.S. Green Building Council, que nos reconheceu como o melhor projeto sustentável de uso misto da América Latina — exatamente por colocar a natureza em primeiro lugar e não abrir mão desse compromisso”, ressalta.

    “Estou muito orgulhoso do reconhecimento nacional e internacional que MARAEY vem conquistando há anos, e de como pode contribuir para o desenvolvimento do turismo sustentável no Brasil. Mas me preocupa a falta de objetividade e o ambientalismo radical de alguns setores da sociedade, que, sem qualquer fundamentação técnica, atacam o empreendimento com base em equívocos e até mesmo falsidades.”

    No entanto, esse projeto, que tem potencial para colocar o Brasil na vanguarda do turismo sustentável mundial, está paralisado há quase dois anos, mesmo com todas as licenças ambientais em ordem. As obras foram suspensas, e o futuro do empreendimento segue indefinido.

    “A fiscalização e o controle ambiental são necessários — e inclusive saudáveis —, mas o radicalismo e o oposicionismo gratuito, a qualquer custo, são extremamente nocivos e podem, inclusive, dificultar a consolidação da sustentabilidade como pilar fundamental do desenvolvimento urbano e turístico. O ambientalismo deveria abraçar projetos comprometidos com o meio ambiente como uma forma de guiar o desenvolvimento sustentável. Hoje, me preocupa o risco de perdermos um investimento que é referência mundial em projetos sustentáveis no setor hoteleiro, como o MARAEY. Seria imperdoável deixar passar essa grande oportunidade”, alerta.

    A entrevista com David Galipienzo nos convida a refletir: que tipo de turismo queremos promover no Brasil? Um modelo predatório, que esgota recursos e marginaliza comunidades, ou um modelo inteligente, sustentável e conectado com o território?

    Enquanto MARAEY aguarda a liberação para seguir adiante, permanece no ar uma pergunta incômoda: estamos preparados, de fato, para colocar a natureza no centro das decisões e aceitar a sustentabilidade como pilar do desenvolvimento turístico e urbano saudável? Ou continuaremos questionando, judicializando e desestimulando qualquer investimento no Brasil, independentemente de sua natureza e compromisso ambiental?

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    Paulo Celestino
    Paulo Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfico, cinegrafista, jornalista e produtor audiovisual. Quando uma notícia é verdadeira, essa informação é divulgada por diversos meios de comunicação, pois se é de interesse público, é deve da imprensa divulgá-la. [email protected]

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