Em entrevista a emissoras e jornalistas gaúchos, nesta terça-feira (29/04), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou o que classificou como a maior resposta já registrada na história do país a uma tragédia climática. Um ano após as fortes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, o governo federal contabiliza R$ 111 bilhões destinados ao estado, com foco em ações emergenciais, recuperação econômica e investimentos estruturantes.
Segundo o ministro, o resultado das ações federais pode ser observado no desempenho da economia estadual. “O PIB do Rio Grande do Sul cresceu 4,9% no ano passado, reflexo da recuperação do setor produtivo, comércio e serviços. Foi uma resposta nunca vista na história do Brasil”, afirmou.

Góes ressaltou a atuação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve pessoalmente no estado em pelo menos cinco ocasiões, e destacou a criação de um ministério específico para coordenar a reconstrução. A centralização da gestão na Casa Civil também foi apontada como estratégica para garantir sinergia entre os Três Poderes no atendimento à população afetada.
Investimentos estruturantes
Do total de recursos liberados, mais de 80% foram aplicados diretamente em municípios, empresas, estados e no repasse à população. Além disso, R$ 23 bilhões foram garantidos com a suspensão da dívida estadual e alívio nos encargos fiscais. Um fundo de R$ 6,5 bilhões foi criado para financiar a reconstrução e ampliação do sistema de diques de proteção, especialmente na Região Metropolitana de Porto Alegre.
“Esse fundo foi planejado para assegurar que os recursos destinados à reconstrução não fossem comprometidos pelos orçamentos convencionais”, explicou o ministro.
Habitação e reassentamento
Entre as ações sociais de destaque está o Programa Compra Assistida, voltado à realocação de famílias que perderam suas residências nas enchentes. Até o momento, 1.850 famílias já foram contempladas, sendo 1.483 por meio de aquisição de imóveis e outras 367 com a entrega de unidades habitacionais aceleradas. Outras 544 moradias estão em fase final de contratação.
“O Governo Federal tem garantido os recursos necessários para soluções habitacionais diversas, seja por meio do Minha Casa Minha Vida, compra assistida ou criação de novos conjuntos habitacionais”, afirmou Góes. Ele destacou ainda que os locais escolhidos para realocação levam em conta critérios técnicos, evitando áreas com risco de novos desastres.
A entrevista reforçou o compromisso do governo com a reconstrução sustentável do estado e a retomada da dignidade das famílias afetadas.