A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (14), a segunda fase da Operação Adolescência Segura, com foco no combate a crimes cibernéticos cometidos contra crianças e adolescentes. A ação resultou, até o momento, na apreensão de quatro pessoas ligadas a uma rede criminosa envolvida em crimes como tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, divulgação de pornografia infantil e apologia ao nazismo.
Coordenada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), a operação cumpre mandados de Internação Provisória contra adolescentes infratores em cinco estados: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A ação conta com apoio das polícias civis locais e do Ciberlab da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Investigação teve início em fevereiro
A nova etapa da operação foi desencadeada a partir da análise de materiais apreendidos na primeira fase, realizada em 15 de abril. A investigação começou em fevereiro, após a identificação de envolvidos em um atentado contra um morador de rua, atacado com coquetéis molotov em um crime transmitido ao vivo pela internet.
Segundo a DCAV, a apuração revelou que o caso não era isolado. O grupo se articulava em plataformas virtuais, como o Discord, e promovia “desafios” e competições de crimes de ódio. As ações incluíam manipulação psicológica e aliciamento de crianças e adolescentes, especialmente em idade escolar.
Coação, ameaças e crimes digitais graves
A rede criminosa coagiria menores a se automutilarem ou a cometerem atos de violência. Em alguns casos, os criminosos invadiam dispositivos eletrônicos, roubavam dados e imagens e usavam essas informações para ameaçar as vítimas. Apesar de utilizarem plataformas criptografadas e mudarem de servidores com frequência, os investigados foram localizados.
Compromisso com a proteção da infância
O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, ressaltou a importância da operação. “A Operação Adolescência Segura representa um marco significativo no combate à criminalidade digital no Brasil e reafirma o compromisso da Polícia Civil com a proteção dos direitos fundamentais da infância e da juventude, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, declarou.
