Dinâmicas com esportes adaptados estimulam pensamento crítico dos estudantes de educação física, fisioterapia e assistência social
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Pessoa com Deficiência e Inclusão, promoveu neste sábado (17/05) uma série de práticas esportivas do evento “Jogos para Todos”, direcionadas aos estudantes de cursos de graduação e pós-graduação, residentes de Maricá, com prioridade para os alunos do curso de Educação Física, Fisioterapia e Assistência Social. O objetivo é estimular nos participantes o pensamento crítico sobre as barreiras enfrentadas no cotidiano pelas pessoas com deficiência.
A iniciativa, que aconteceu no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca, incluiu dinâmicas com experiências sensoriais voltadas para esportes adaptados, tais como basquete em cadeira de rodas, futebol de 5, capoeira e boxe. Todas as atividades são planejadas e supervisionadas por um profissional de Educação Física registrado no Conselho Regional de Educação Física (CREF), com uma equipe formada por quatro pessoas que deram suporte na realização das dinâmicas. Ainda foram fornecidos lanches e bebidas para todos os participantes.
“Iniciativas como esta são fundamentais para ampliar a compreensão sobre acessibilidade, funcionalidade e inclusão na prática. As vivências de hoje demonstram que, com planejamento e adaptação, é possível garantir a participação de todas as pessoas, com ou sem deficiência, em diferentes contextos da nossa sociedade. Esperamos que os nossos futuros professores de Educação Física estejam preparados para promover práticas acessíveis e transformadoras, garantindo o direito de todos ao movimento e à participação”, afirmou a secretária da Pessoa com Deficiência e Inclusão, Tatiana Castor.
Basquete com cadeira de rodas
O basquete com cadeira de rodas é uma adaptação da modalidade tradicional destinada às pessoas com deficiência, principalmente aquelas que tiveram lesões medulares, amputações ou paralisias.
No esporte adaptado, a quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete convencional. Os jogadores devem quicar, passar ou arremessar a bola a cada dois toques na cadeira. A classificação funcional dos atletas (de 1.0 a 4.5, conforme o nível de mobilidade) define a composição da equipe em quadra (soma máxima de pontos permitida).
Os equipamentos utilizados na modalidade são: cadeiras de rodas especiais, resistentes e com rodas inclinadas para proporcionar maior estabilidade.
Boxe adaptado
Já o boxe adaptado é uma modalidade inclusiva para pessoas com deficiências físicas ou intelectuais. Também podem ser incluídas pessoas com amputações, paralisia cerebral ou outras condições. Para os amputados, é necessário o uso de próteses ou ajustes na posição de luta.
Para os deficientes visuais, são fundamentais os guias sonoros (como buzinas) e toques de luva para orientação. Para aqueles que possuem paralisia cerebral, as regras são flexíveis quanto ao equilíbrio e tempo de reação. As categorias são divididas por peso e nível de funcionalidade.
Capoeira adaptada
A prática inclusiva é destinada para pessoas com deficiências físicas, sensoriais ou intelectuais, mantendo a essência cultural da luta-dança. Os cadeirantes precisam fazer movimentos de braço e tronco que substituem os golpes com pernas. Já para os deficientes visuais, a modalidade tem ênfase no som do berimbau e nas palmas para orientação.
Futebol de 5 (para cegos)
Nesta modalidade esportiva, o futsal adaptado para pessoas com deficiência total ou parcial (classe B1), utiliza-se uma bola com guizo, ou seja, que emite sons para orientação dos jogadores. O goleiro pode ser vidente (se classe B2/B3) ou cego (em algumas categorias). Os orientadores, conhecidos como “chamadores” guiam os jogadores pela voz, emitindo a palavra “voy!” para indicar direções. O público deve ficar em silêncio durante as jogadas. A quadra possui laterais táteis para evitar acidentes.
Todos esses esportes são reconhecidos pelo Comitê Paralímpico Internacional (exceto a capoeira adaptada, que é mais uma prática inclusiva do que competitiva). O Futsal de 5, por exemplo, é uma modalidade paralímpica desde 2004.