A crise na saúde pública de Maricá voltou a se evidenciar nesta segunda-feira (19). Tanto a UPA de Inoã quanto o Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro, enfrentaram superlotação e longas filas de espera, refletindo um problema que se arrasta há anos no município: a falta de investimentos na atenção básica.
Pacientes relataram à imprensa dificuldades para conseguir atendimento. “Estou há três horas no Conde aguardando ser chamada. Já passaram 40 pessoas e continuo na recepção”, relatou uma moradora, entre as dezenas que procuraram a reportagem para denunciar o problema.
A deficiência na rede básica, que sofre com escassez de profissionais concursados, infraestrutura precária e falta de medicamentos, tem gerado uma demanda excessiva nas unidades de urgência e emergência.
O vereador Chiquinho (PL) esteve no Hospital Municipal Conde Modesto Leal para verificar as denúncias. Ele confirmou que todos os médicos escalados estavam atendendo, mas apontou a raiz do problema. “O hospital está lotado porque os postos de saúde não têm médicos suficientes. Sem atendimento básico, a população recorre direto ao hospital, que já é pequeno e ainda recebe pacientes de municípios vizinhos”, afirmou.
Na UPA de Inoã, a situação foi semelhante, com atraso no atendimento e alta demanda. Em Ponta Negra, distrito importante da cidade, o cenário é ainda mais crítico: não há nenhum ponto de atendimento emergencial. Já o Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara funciona apenas com encaminhamento e para casos de trauma, sem atendimento direto ao público.
A ausência de portas abertas nas unidades hospitalares, somada à fragilidade da atenção primária, agrava o quadro e sobrecarrega a rede municipal de saúde, que continua insuficiente diante da demanda crescente da população.