Circula pelas redes sociais um vídeo ultrarrealista produzido pelo @thetravisbible e divulgado com legendas em português pelo @cataiportal alertando pelos perigos dos vídeos e imagens gerados pelas inteligências artificiais.
A revolução tecnológica trouxe novas ferramentas e tecnologias que evoluem muito rapidamente, não deixando tempo para que a sociedade (principalmente as gerações mais velhas) se adapte.
Até poucos anos acreditava-se que, se houvesse foto, áudio ou vídeo, o acontecimento era real pois eles serviriam como provas irrefutáveis. E de repente surgiram editores de imagens que manipulavam fotos, então elas começaram a perder o valor factual. Então vieram os programas de edição de áudios, que descredibilizaram tais materiais que poderiam ser manipulados próximo à perfeição. E, por último, surgiram as inteligências artificiais (I.A.s), capazes de manipular fotos, vídeos e áudios e até criá-los do zero, seguindo diretrizes pré-estabelecidas pelo usuário.
Inicialmente as I.A.s, que funcionam baseadas em aprendizagem, cometiam erros de proporção, textura e fluidez em suas criações, mas em poucos anos esse gap tecnológico foi fechado e, atualmente, existem modelos de computação capazes de criar vídeos que visual ou auditivamente não diferem da realidade. E isso levanta o debate: até onde podemos confiar nas informações que recebemos, já que praticamente toda informação que se considerava segura agora pode ser manipulada? Ademais: a produção e manipulação desses conteúdos falsos (fakenews) atendem a interesses particulares; como discernir o fato do fake e evitar agendas manipulatórias de interesses escusos?
O debate ainda não tem uma solução clara por ser bastante recente. Porém, deste impasse surgiram agências de verificação, especializadas em comparar dados para discernir a verdade da mentira ou da distorção. E novamente eleva-se a importância dos veículos jornalísticos profissionais, técnicos e éticos, cuja ferramenta de apuração é premissa básica para a produção das notícias.
Em uma era em que não podemos acreditar nos nossos olhos e ouvidos para discernir o real da fantasia, a sociedade precisa se readaptar e valorizar a confirmação dos fatos tanto em pequena quanto em grande escala, pois nunca se sabe o real interesse de manipulação por trás das narrativas que são criadas.