Em 2025, o Brasil tem enfrentado um aumento no número de casos de meningite meningocócica, uma doença grave causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo. Somente no Estado do Rio de Janeiro, 19 casos já foram registrados neste ano. No período de 2023 e 2024, o país somou 1.550 casos, com 331 óbitos, o que representa uma taxa de letalidade de 21%. No estado fluminense, a taxa foi ainda mais alta, com 26% dos casos resultando em morte.
A meningite meningocócica é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo evoluir rapidamente para quadros graves, como choque, falência múltipla de órgãos e até mesmo óbito em até 24 horas. Entre os sintomas iniciais estão febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, que podem ser confundidos com outras infecções. Com o agravamento da doença, surgem sinais como rigidez na nuca, manchas arroxeadas na pele e sensibilidade à luz. A evolução rápida e a alta letalidade fazem da doença uma das mais temidas, especialmente em crianças e adolescentes.
Em 2023 e 2024 foram registrados 132 casos de meningite meningocócica no Rio de Janeiro, com 35 mortes. E o país assistiu a uma taxa de letalidade de 24%. O aumento no número de casos é alarmante, especialmente em um cenário onde a transmissão ocorre de forma rápida. A bactéria é transmitida por contato direto com secreções respiratórias, como tosse, espirro ou até mesmo beijo.
Embora a meningite meningocócica afete principalmente crianças menores de 5 anos, qualquer faixa etária pode ser acometida, e até 23% dos adolescentes e adultos jovens podem ser portadores assintomáticos (sem manifestar sintomas, mas ainda assim capazes de transmitir a doença).
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. A vacinação contra a meningite meningocócica é a medida mais eficaz. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina meningocócica C para crianças de 3, 5 e 12 meses, além da vacina ACWY para adolescentes de 11 a 14 anos. Para crianças e adolescentes que não completaram o esquema vacinal, é recomendada a vacinação nas unidades privadas de saúde.
Além da vacinação, outras medidas de prevenção incluem evitar aglomerações, manter os ambientes bem ventilados e praticar a higiene regular das mãos. A médica Ana Medina alerta que, quando tratada de forma precoce, a doença pode ser combatida com sucesso, mas destaca a importância da conscientização para o rápido diagnóstico. “Com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes se recupera completamente. No entanto, a falta de tratamento pode levar a sequelas graves e até à morte”, enfatiza.
Em tempos de aumento de casos, a atenção à saúde pública e o reforço das campanhas de vacinação são essenciais para reduzir o impacto dessa doença.